sábado, 4 de junho de 2011

Pergunto-me o porquê de estar a fazer isto, o porquê de estar a chorar por ti. Estava sozinha no quarto e comecei a chorar sem fim, até que percebi que não é isto que quero para mim, porque acredito e tento acreditar que não mereço nada disto.
Odeio amar sempre com todo o meu coração, odeio sempre entregar-me completamente.
Já não sabia o que isto era há uns bons meses. Já não sabia o que era chorar por um rapaz. Já não sabia o que era dizer "não posso mais". Já não sabia o que era desejar tanto ter alguém do nosso lado. Já não sabia o que era ter saudades da felicidade. Já não sabia o que era não conseguir sorrir. Já não sabia o que era não ser eu, aquela que ri por tudo e por nada, e nunca deixa de sorrir. Já não sabia o que era chorar ao ouvir uma simples música. Já não sabia o que era passar noites sem dormir. Já não sabia o que era acordar a meio da noite só porque sonhámos com alguém especial. Já não sabia o que era ler vezes sem conta as mesmas mensagens. Já não sabia o que era saber um número de cor. Já não sabia o que era não conseguir ver uma fotografia. Já não sabia o que era tremer quando dizem o nome desse alguém. Já não sabia o que era ansiar por qualquer notícia dessa pessoa. Já não sabia o que era sentir este vazio no meu coração. Já não sabia o que era sentir tudo isto, que voltei a sentir agora. Já não sabia como reagir a isto. Já não sei ter força para enfrentar tudo isto, tão facilmente como enfrentaria se fosse há uns tempos atrás.
Depois de tudo o que já passei por amor, depois de tudo o que já sofri, não pensei que isto se voltasse a repetir. Fui estúpida e acreditei que o amor é bom e que o meu primeiro amor, tinha sido só o primeiro, que tudo viria óptimo a seguir. Mas enganei-me, e enganei-me bem. Fui parva e acreditei que podias ser diferente. Fui ignorante e não quis acreditar em todos os que me avisaram da pessoa que tu és. Fui criança e acreditei que tudo era um conto de fadas. Nos contos de fadas tudo acaba bem, por isso mesmo, é tudo uma fachada. Já não acredito em finais felizes, não consigo acreditar depois de tudo o que já vivi.
Tudo me consegue deitar abaixo neste momento, e quando digo tudo é mesmo tudo. Uma palavra, uma frase, um texto, uma fotografia, uma pessoa, uma recordação, uma saudade (...) tudo me faz suplicar por te ter de novo, não que te tenha tido, mas só tu me conseguias fazer sorrir quando estava tão mal, só tu me fazias rir ao telemóvel que até parecia que estava a chorar ou a morrer. Eras só tu que me conseguias deixar bem. Eras só tu que eu desejava tanto ter comigo.
Estou farta que digam para cagar em ti, estou farta que digam que tu não me mereces. Estou farta que me estejam sempre a mandar à cara tudo o que já sei. E eu sei, eu sei que és um estúpido, eu sei que tenho de cagar em ti, eu sei que tu não me mereces. Mas é de ti que eu gosto, é a ti que eu quero.
Nunca senti isto por ninguém, juro-te que não. Eu sabia o que era sentir borboletas na barriga quando o tal se aproximava, sabia o que sentir os pés levantar do chão por ter tão perto essa pessoa, sabia o que era desejar e amar esse alguém. Sabia o que era amar alguém, sabia tudo isso. Mas não sabia, não sabia o que era ter tão perto esse alguém. O outro sempre esteve demasiado longe de mim, nunca o cheguei a conhecer verdadeiramente, e tu não. Eu conheço-te demasiado bem para gostar de ti. Isto não me devia estar a acontecer, porque eu te conheço e já percebi como tu és. Estar contigo, abraçar-te, ter o teu carinho era uma coisa que nunca estive habituada com o outro. E é isso que eu estranho em ti. Não sei lidar com isto, não sei como lidar quando te vir, não sei como será voltar a querer-te de novo, não sei como será quando te tiver por perto.
Tenho de ser forte, não só por mim, mas por aqueles que me rodeiam, aqueles que também precisam de mim. Tenho de ser forte e ultrapassar-te. Tenho de ser forte e seguir em frente. Tenho de ser forte e nunca mais sequer conseguir olhar para a tua cara. Tenho de ser forte e apagar todas as tuas lembranças de dentro de mim, porque sim, guardo tudo e mais alguma coisa de ti, dentro do meu coração, tanto boas, como más, principalmente.
Eu ainda preciso de ti, preciso que me faças sentir bem e que me faças sorrir. Mas só preciso disso, porque não preciso de todas as coisas más que me proporcionaste. Nem preciso do nós, preciso do eu quando estava contigo.
É estranho, é algo que não estava à espera, mas eu vou ficar bem, e quem me conhece sabe bem disso. Eu fico SEMPRE bem.


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