domingo, 13 de março de 2011

"Ela não sabia amar. Nunca soube. Mas é como se diz, todos somos inocentes até que se prove o contrário.. Com o amor também é assim. Ninguém sabe amar até que se prove o contrário. Tal e qual como a inocência, só o amor é capaz de se revelar a si mesmo. De se negar. De se possuir. O amor alimenta-se de amor, dissolve-se no amor, contamina-se de amor. O amor é o que ele mesmo come. O amor (e também a inocência) gosta de bons livros, bons filmes, de melodias bonitas. De páginas com palavras que provocam prazer. De um dia de chuva para a melancolia se instalar.
Vais ver que de tão inocente o amor também é melancólico.
Sim. A inocência, quando bela, é triste. O amor, quando grande, é triste. Porque há tristeza em tudo aquilo que é belo. E a saudade reside na beleza. E a tristeza é sempre saudade.
Tristeza é saudade de ser feliz.
Ela não sabia amar. Quase nunca soube. Mas assim como a inocência, ninguém sabe amar até que se prove o contrário.
Agora ela já sabe, é bom ser-se inocente."